A primeira informação que deve ficar clara é que não é uma metodologia, e sim uma abordagem. Isso porque, quando pensamos em método, criamos a expectativa de ter às mãos uma fórmula matemática que se aplique indistintamente em qualquer situação. Não é o caso!

É uma abordagem que busca a solução de problemas de forma coletiva e colaborativa, em uma perspectiva de empatia máxima com seus stakeholders (interessados): as pessoas são colocadas no centro de desenvolvimento do produto – não somente o consumidor final, mas todos os envolvidos na ideia (trabalhos em equipes multidisciplinares são comuns nesse conceito).

O conceito veio para revolucionar a maneira de encontrar soluções inovadoras para os problemas, soluções criativas focadas nas necessidades reais do mercado e não em pressuposições estatísticas.

O processo consiste em tentar mapear e mesclar a experiência cultural, a visão de mundo e os processos inseridos na vida dos indivíduos, no intuito de obter uma visão mais completa na solução de problemas e, dessa forma, melhor identificar as barreiras e gerar alternativas viáveis para transpô-las. Não parte de premissas matemáticas, parte do levantamento das reais necessidades de seu consumidor; trata-se de uma abordagem preponderantemente “humana” e que pode ser usada em qualquer área de negócio.

 

ETAPAS DO DESIGN THINKING

O processo de aprendizado do Design Thinking é flexível e iterativo. Isso significa que não existe medo de errar e tentar novamente, e que não saber alguma coisa faz parte do processo de busca pelas melhores soluções. A abordagem não é uma metodologia engessada, mas pode ser norteada pelas 07 etapas descritas baixo.

 

01 – ENTENDIMENTO

Para resultar nas melhores soluções, o Design Thinking propõe que o momento de sugerir e criar as melhorias só aconteça após um vasto período de compreensão. Por isso, a primeira etapa do DT é um momento de entendimento do problema que será resolvido. O ponto de partida é uma visão 360 do desafio inicial, um momento de abertura do olhar e de preparação para levantar e colher todos os dados disponíveis sobre a situação.

02 – OBSERVAÇÃO

Em seguida, é o momento de observar. É hora de sair a campo, de pesquisar, de entrevistar pessoas e desenvolver empatia. A etapa de observação é sair da zona de conforto, de falar com as pessoas e buscar convergir os olhares em torno delas.

03 – PONTO DE VISTA

A etapa de ponto de vista é o momento de convergência do pensamento. Provavelmente, o passo mais difícil do projeto, o ponto de vista é a hora em que os dados, observações e informações levantadas precisam formar um fechamento. O que as fases anteriores permitiam de divergência e levantamento de hipóteses, não tem mais espaço aqui – é hora de buscar consenso no projeto.

 

04 – IDEAÇÃO

Agora o ponto de vista precisa resultar em ideias. A etapa de ideação do Design Thinking é onde o projeto começa a se direcionar para as soluções. De forma estratégica, o grupo envolvido no projeto transforma toda a pesquisa feita até agora em um set de direções e soluções tangíveis.

05– PROTOTIPAGEM

Chegando até aqui, as ideias saem do papel para ganhar vida. Por isso, prototipar é preciso. Criar protótipos é importante para evitar prejuízos futuros e medir o quanto antes as percepções em cima da solução criada. Os protótipos são simples e criados rapidamente, diferente da versão final da solução que será sofisticada. O importante agora é produzir logo algo tangível para poder avançar nas etapas.

 

06– TESTE

Ideias boas precisam ser validadas antes de serem encaradas como verdades ou como algo definitivo – e esse é o momento certo. Testar os protótipos e as hipóteses é o que vai validar o projeto agora. Mesmo assim, testes não precisam dar certo – agora também é a hora de falhar. Se o teste apontar uma direção diferente da que vinha sendo seguida, não se preocupe. Isso faz parte do processo e é assim também que se segue para a etapa final.

07– ITERAÇÃO

Não, você não leu errado – a palavra aqui é iteração mesmo. Iterar é ouvir e absorver os feedbacks que conseguimos até a etapa de testes. É nesse momento que o Design Thinking se mostra flexível e adaptável, pois a iteração permite que voltemos em etapas do caminho para refinar as soluções e elevá-las a um próximo nível.

 

Fontes: Endeavor/Design Culture